08/03/2021
O que esperar de 2021

Emprego em 2021: será possível encontrar? Será possível gerar?

 

Encontrar emprego em 2021 é o anseio de várias pessoas que viram o salário minar em 2020. Gerar emprego em 2021 é o desejo de muitos empresários que lutaram para ver seus negócios sobreviver em 2020.

 

Antes de me tornar sócio de empresas no ramo de RH e Consultoria, há cerca de dez anos, passei quase 30 anos com carteira registrada. Bebi em fontes que me permitiram ampliar o conhecimento e entender como o mercado funciona e como o nosso país caminha.

 

O Brasil virou “o país do bolsa”, dos programas sociais em geral. Atualmente, 14,2 milhões de famílias recebem o Bolsa Família e 95% delas também recebem, desde abril, o auxílio criado para ajudar no enfrentamento da crise causada pela Covid-19. O novo programa assistencial do governo, batizado de Renda Brasil, deve atender 8 milhões a mais que o Bolsa Família.

 

Não vou aqui me posicionar contra as bolsas do governo, mas quero fazer uma reflexão com foco na geração de empregos. Como está a parcela da população de baixa renda que não recebe o Bolsa Família? Teriam esses brasileiros acesso ao trabalho?

 

Segundo dados que do Ministério da Cidadania enviou ao Congresso no início deste ano, o Nordeste recebeu apenas 3% dos novos benefícios do governo, mesmo sendo a região que concentra 36,8% das famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza. Já o Sul e o Sudeste responderam por 75% das novas concessões. Outra pesquisa indica que muitos dos beneficiados não têm renda fixa.

 

Enfim, é essencial que reflitamos sobre a questão do trabalho e que tomemos providências a esse respeito. Está longe de sermos reconhecidos como o país da geração de emprego, até porque, realmente não somos. Aliás, arrisco dizer que o nosso país nem sequer sabe como gerar emprego. Mas precisamos buscar alternativas.

 

A qualificação com foco no emprego em 2021

 

Em que pese sempre focamos na melhoria da economia para gerar emprego, defendo que esse não é o caminho. O nascedouro do emprego está na Educação.

 

Em minha jornada de 16 anos como professor universitário, encontrei muitos alunos que não sabiam o básico. Em minha jornada de 10 anos como consultor empresarial, encontrei muitos empresários carentes de profissionais qualificados.

 

De um lado, o brasileiro que quer emprego, precisa estudar, precisa se qualificar. Sabemos que esse é um desafio para muitas pessoas que não conseguem, sequer, pagar o leite das crianças ou o aluguel. Contudo, atualmente, há uma infinidade de possibilidades gratuitas, muitas na internet. Requer esforço, dedicação e, às vezes, algumas lágrimas. Mas é um caminho para sair de onde se está e avançar em direção ao emprego.

 

De outro lado, o empresário que quer gerar emprego, enfrentando toda a dificuldade de tributação e os processos que podem ocorrer em decorrência dessa relação, precisa se arriscar. Oferecer vaga é uma forma de qualificar. E também precisa melhorar a relação com o trabalhador, respeitando seus horários e o enxergando como parceiro.

 

Se o empresário contrata um funcionário e precisa cobrá-lo a todo momento, então o processo seletivo não foi eficiente. Isso porque quando se leva um colaborador para dentro da empresa, ele tem que ser visto como sócio. Postura, aliás, que vale tanto para o empregador, quanto para o empregado, que deve se sentir sócio da empresa. Vestir a camisa e dar o seu suor. O trabalho ensina, ajuda a evoluir e permite a realização de projetos.

 

E o empresário tem que fazer a sua parte, investindo em seu colaborador, que é o recurso mais precioso que a empresa tem. Gerar emprego agrega, ajuda a empresa a se desenvolver e contribui para o crescimento de nosso país.